O nosso objectivo é trabalhar, sobretudo, com famílias afectadas por situações de fragilidade repentinas mas transitórias, um grupo que tem poucas soluções disponíveis no terreno e que enfrenta dificuldades a diversos níveis.
Em primeiro lugar, a falta de recursos para comprar comida no imediato, mas também a exclusão do sistema de apoio social existente e ainda o peso da vergonha de estarem a viver uma situação de carência.
Estas famílias nem sempre se deixam encontrar e contactá-las exige cuidados acrescidos na salvaguarda da sua privacidade e uma atenção redobrada à sua dignidade.
Beneficiários:
- Famílias que sofreram uma diminuição brusca nos rendimentos, fora dos circuitos de apoio social, afectados por desemprego, doença, divórcio, acidente, ou outras dificuldades.
- Famílias tendencialmente estruturadas, que precisam de ajuda mas não se querem expor, procuram soluções mas ainda não têm resposta.
Avaliação e aprovação dos pedidos de apoio
Cada pedido é avaliado pela Assistente Social – que realiza entrevista presencial e faz a visita domiciliária obrigatória –, pela Comissão Social e pela Direcção.
Apoio alimentar
O apoio a prestar será essencialmente de natureza alimentar – produtos “secos”, congelados e frescos. Também incluirá produtos de higiene/limpeza na medida das disponibilidades.
Outros apoios
Apoios de outra natureza, como consultas e exames médicos, apoio jurídico ou outros, também dependerão das disponibilidades encontradas e parcerias estabelecidas.
Havendo disponibilidade financeira poderão ainda prestar-se outros apoios como seja na aquisição de medicamentos, no pagamento de contas ou até de propinas escolares.
Duração do Apoio
O apoio tem a duração média de um ano e procura cobrir pelo menos 50% das necessidades alimentares mensais das famílias beneficiárias, de forma a que estas possam libertar alguns dos seus recursos para resolução dos seus problemas financeiros (p.ex. dívidas; desemprego; doença; etc…) e tentar equilibrar novamente a vida da família, recuperando a sua independência.
Sinalização e Selecção
As famílias que se pretende apoiar primeiramente são aquelas que de algum modo estão excluídas dos sistemas de apoio. Procura-se em particular a detecção daquelas famílias que, não se querendo expor, vivem situações de chamada “pobreza oculta”.
Este projecto distingue-se pela discrição no tratamento destas situações e pela possibilidade de prestar o apoio preservando o anonimato da família
em relação aos membros da associação.
O processo de selecção passará pela colaboração entre a direcção e a técnica assistente social ao serviço do projecto, mediante critérios previamente definidos. A identidade da família poderá ser apenas do conhecimento da assistente social e da pessoa que sinalizou o caso e o apresentou à associação.
Para a sinalização das famílias contar-se-á com a colaboração de diversas entidades, nomeadamente:
- Assistentes sociais de outras instituições
(Juntas de Freguesia, Misericórdia, Centros Sociais, etc.) - Paróquias da zona
- Agentes de Saúde
- Agentes Educativos
- Agentes Desportivos
Em todo o processo, e considerando a especificidade de cada caso, estabelecer-se-á o mínimo contacto necessário, através da assistente social, do agente do contacto, de alguém designado pela família ou através de um voluntário do projecto.
Coordenação com outras entidades
A Associação mantém um contacto permanente com outras instituições operantes no território de modo a não duplicar acções, a aprender e compreender, a criar sinergias, a saber encaminhar casos inadequados ao propósito do projecto ou encaminhar aspectos de apoio que transcendam a capacidade/vocação do projecto.
Esta coordenação é feita tanto a um nível técnico – entre assistentes sociais – como ao nível das coordenações, conforme seja mais adequado.